Estudante relata assédio sexual que sofreu na Rádio CBN Curitiba

Curitiba – O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Paraná (DCE UFPR) traz ao conhecimento da comunidade acadêmica o relato da estudante Mariana Ceccon, vítima de abuso sexual praticado pelo comentarista Aírton Cordeiro, enquanto estagiária da Rádio CBN Curitiba. A estudante de jornalismo do Departamento de Comunicação (Decom UFPR) conta com detalhes a violência moral que viveu ao longo dos seis meses e que só foi possível contar o ocorrido após ganhar o apoio dos colegas e funcionários da rádio.

O DCE UFPR lamenta o ocorrido com a estudante e se compromete a partir desta publicação acompanhar o caso em conjunto com o Centro Acadêmico de Comunicação Social (Cacos). O Diretório encaminhará esta denúncia as instâncias máximas da Universidade e pedirá a abertura de sindicância para que medidas institucionais e legais deem mais proteção a estudante.

Como entidade representativa dos estudantes repudiamos qualquer tipo de violência física ou moral contra os estudantes da UFPR dentro e fora da instituição em diversos casos, especificamente neste em que a estudante mantinha com a rádio parte de sua formação acadêmica. A gestão Quem Vem Com Tudo Não Cansa, formada também pelas diversas estudantes dos diversos cursos da UFPR sentem-se tristes pelo ocorrido, mas elas não desacreditarão da luta que constroem pela emancipação da mulher e o enfrentamento à cultura do machismo.

Gestão Quem Vem Com Tudo Não Cansa – DCE UFPR

Confira o texto escrito pela Mariana Ceccon:

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“Em vista da enorme pressão a que venho sendo submetida nos últimos meses creio que não é mais possível ficar quieta sobre este assunto. Primeiro eu gostaria de deixar bem claro que em hipótese alguma eu gostaria que este caso viesse a público. Primeiro pela imensa humilhação, segundo por vergonha em olhar para as pessoas e por último pela inocente crença de que assuntos corporativos podem ser resolvidos dentro da empresa. Acontece que trabalhando em uma rádio nada do que acontece pode se manter por muito tempo em silêncio. Agora vejo meu direito de “ficar calada” ser completamente anulado quando pessoas me mandam mensagens perguntando se a tal estagiária sou eu, quando meus colegas me olham estranho, além de ler, ouvir, centenas de versões para uma história que sei que só eu posso dar um basta.
Em setembro completarei 6 meses de estágio na CBN Curitiba. Como muitos sabem eu adoro trabalhar lá. Meus colegas sempre me trataram bem, nunca como a “estagiária”, me passaram conhecimento, respeitaram-me como profissional desde o início. Tanto que eu tive a oportunidade de ajudar a produzir o programa, editar e nos últimos meses tive o privilégio de ajudar na construção do jornal de dentro do estúdio. Foi lá que eu pude conhecer melhor como funciona a programação e conheci pessoas que eu admiro muito.

Também no estúdio pude trabalhar com o comentarista Airton Cordeiro, uma pessoa que sempre respeitei pela história na imprensa paranaense. Nos primeiros dias de estúdio tratei o Airton como trato um tio avó. Ele me pedia para atender seu celular durante o programa e para ajudar com coisas no computador como, por exemplo, anexar e imprimir arquivos. Até então ele nunca havia me faltado com respeito.

No fim de junho começaram as baixarias. Dentro do estúdio, durante os intervalos, o Airton começou a fazer piadas de péssimo gosto sobre o Caso Tayná, sobre política, sempre usando termos de baixo calão. “Quer dizer que ninguém quis comer a buceta dessa tal de Tayná?” Ninguém respondia, às vezes forçavam um sorriso amarelo ou como no meu caso, levava na “esportiva” porque afinal eu sou a estagiária e aquele é o Airton Cordeiro! A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco e não seria eu que criaria caso.

No começo de julho um deficiente visual telefonou para rádio fazendo perguntas sobre como é o estúdio, etc. Depois de desligar o telefone relatei a ligação para todos e o Airton perguntou em alto e bom som: “Por que você não disse para ele vir aqui pegar na sua buceta e ver como é molhadinha?” Naquele momento eu fiquei chocada, como todos. Eu respirei fundo 1,2,3 vezes, mas decidi não falar nada a não ser um “vou falar para pegar no seu nariz Airton!” Brincadeiras… Brincadeiras de um babão.

airtoncordeiroUm ou dois dias depois Airton estava se despedindo de todos. Ia para Disney com a família. Naquele dia ele estava fazendo piadas horríveis com nome de entrevistadas, falando baixarias como nunca. Durante o programa ele se aproximou da minha mesa, como quem quer olhar alguma coisa no monitor do computador. Abaixou-se, tirou os cabelos do meu ombro e disse: “Eu estou morrendo de tesão em você e ainda vou te montar, você vai ver”. Estou relatando exatamente as palavras que ele me disse não porque eu queira ou esteja confortável para falar sobre isto, mas sim porque não aguento mais ouvir coisas do tipo: “ahh o velho tá no fim da vida, foi lá fez um galanteio e todo mundo tá fazendo esse escândalo”, “Ah o cara passou uma cantada e já levam para o lado do assédio”. E para deixar bem claro de uma vez por todas que o Airton não me fez nenhum elogio. Ele me tratou como um animal.

Ele falou isso e eu não fiz nada. Não respondi nada. Por muito tempo eu fiquei me sentindo um lixo por causa disso. Quando tomei coragem de contar, todo mundo me dizia: “Nossa se fosse comigo eu tinha enfiado a mão na cara… Nossa e você não falou nada?”. Não, eu não falei nada. Eu sempre imaginei que se algo desse tipo acontecesse comigo eu enfiaria a mão na cara do sujeito. Mas não enfiei. Fui só vomitar. Não posso descrever ao certo o sentimento. Você se sente tão humilhado, tão lixo humano, que não arranja força alguma para responder. Você tem vontade de se esconder e se sente suja. Não quer falar pra ninguém. E no segundo seguinte ele falou que estava indo viajar com a esposa, netos, filhos para a Disney comemorar os 50 anos de casado. Como alguém pode ser tão dissimulado?

Naquela sexta eu fui embora com a sensação física de que ia vomitar a qualquer minuto. Não queria ver meu namorado, nem meus pais. Decidi que apesar de amar trabalhar na rádio eu não ia mais voltar pra lá. Não queria mais ver aquela pessoa.

Na segunda-feira, logo que cheguei à rádio, um dos meus colegas me chamou para tomar água. Eu não sabia, mas as “piadas” do Airton tinham vazado. Foi durante esta conversa que eu descobri que o Airton fez isso comigo, mas fez coisas muito piores com tantas outras funcionárias. Se eu não desse um basta ele só iria mais longe como já havia feito antes. Tomei coragem e contei para este mesmo colega que o Airton já havia me assediado e que não sabia o que fazer.

Com medo de a situação piorar e mais enojada ainda achei melhor conversar com o Álvaro Borba também. Relatei as palavras exatas que o Airton tinha me dito na sexta-feira e que eu não trabalharia mais lá. O caso foi passado para os superiores que pouco a pouco foram sabendo de tudo que aconteceu comigo e com as outras mulheres.

Recebi total apoio dos meus colegas diretos. Com o passar dos dias, o Airton bem longe de férias, fui me acalmando e aceitando a situação. O Wille me procurou, pediu desculpas em nome da CBN e garantiu que ia levar o caso diretamente para o alto escalão. Isto porque o diretor-geral da rádio é amigo pessoal do Airton e o maior medo era que o caso fosse abafado ou contornado sem as devidas providências. Neste meio tempo o Wille recebeu relatos de outras funcionárias e ex-funcionárias da rádio ficando cada vez mais irritado. Inclusive casos que passavam do plano verbal. Passadas de mão, intimidações, ofertas de dinheiro para levar funcionárias a motéis. Todas em mulheres que ele provavelmente considera estarem em posições inferiores dentro da empresa e vulneráveis.

Eu depositei todas as minhas esperanças de que o caso seria resolvido ali. Sem exposição, sem mais estresse. Até o dia em que a história vazou para fora. Em uma manhã eu vi a internet explodir em cobranças, piadas e vexames. Meu nome não estava ali, mas todo dia, desde o dia 18 de julho eu sofro um novo tipo de assédio: assédio moral. O mundo realmente é feito de um nojento machismo.

Não vou ficar aqui pregando ideologias feministas, mas depois de toda a situação que eu havia passado, abrir o Twitter e ver coisas do tipo “na capa da playboy de julho, a estagiária que revelou Airton Cordeiro revela tudo pra você”, “Airton Cordeiro comendo muito as estagiárias da CBN Curitiba”, “Imagine as quengas que trabalham na rádio”. Isso foi pior do que o próprio Airton. Todo mundo que me conhece o mínimo sabe o quanto eu luto e me esforço pra fazer minha carreira eticamente. E isso é a pior coisa que pode acontecer com alguém que tenha esses princípios. É ser exposta publicamente, como se eu estivesse querendo “tirar uma grana, ter 5 minutos de fama” ou pior, como eu já vi, “dado motivos” para que ele agisse assim.

Acho que ninguém que escreveu estas coisas ou vazou a história me conhece bem. Mas eu gostaria de dizer que vocês são tão ruins ou piores que o próprio Airton Cordeiro. Alguns podem achar tudo isso muito natural, podem achar que é coisa de uma pessoa senil. Mas não, não é. Isso não é normal. Imaginem se isso acontecesse com sua esposa, sua filha ou sua mãe e centenas de pessoas ainda julgassem a índole de quem você quer bem.

Com as coisas em níveis impraticáveis o José Wille levou a questão para a empresa. Eu não sei detalhes da reunião, a única coisa que me disseram foi que as gravações com os relatos de assédio foram mostradas. Com a omissão da chefia, o José Wille pediu demissão. Encarei meus colegas um a um com um sentimento de culpa. Apesar de não ter “cavado” a situação eu era a pivô.

As atenções estavam voltadas para a casa. Todos os funcionários queriam uma reunião, uma palavra dos líderes da empresa. Queriam a garantia de que apesar da amizade, o diretor-geral não deixaria que o Airton voltasse, nem em 2 dias nem em 2 anos. Queriam algo por escrito. O próprio Álvaro chegou a escrever uma nota pública que foi levada até a direção frisando o fato de que o Airton não voltaria. Mais uma vez eu não sei os motivos, mas a tal retratação não foi assinada.

A única coisa que eu sabia é que o Marcos Tosi tinha reunido testemunhos dos assédios que o Airton havia cometido. Inclusive eu mesma prestei depoimento. Mas, como o próprio Tosi divulgou em sua página no Facebook, “Infelizmente, como na antiguidade, o mensageiro da má notícia pagava o preço com a vida”. Até onde sei, documentar estes fatos não foi nem um pouco bem visto. Tosi sofreu o famoso “gelo” e devido a esta situação decidiu também sair da rádio.

Foi no dia 5 de agosto. O Tosi anunciou a demissão no começo da manhã. Em meio ao alvoroço o Álvaro chegou igualmente transtornado. Sem pronunciamento da direção, com biografias em jogo, o Álvaro não pensou duas vezes. Saiu pela porta e não voltou mais.

Sou grata à atitude do Wille, mas como eu disse só falei com ele uma vez. Nunca tive a oportunidade de contar a ele como eu estava me sentindo ou pensando, então espero que este texto possa suprir esta falta.

Quanto ao Álvaro e ao Tosi, eu não tenho palavras. Todos na rádio perderam não só o âncora, o chefe, mas grandes amigos. E digo isso não porque os dois eram meus amigos fora da rádio ou porque tivemos convivência fora do ambiente de trabalho (nunca os vi, nem de longe sem ser dentro da rádio). Digo isso porque foi a sensibilidade do Tosi ao abordar o assunto, as vezes que acabei chorando e que ele soube escutar que me fazem o considerar um amigo. O Álvaro considero igualmente um amigo por ter segurado a barra na linha de frente. Pelas conversas, apoio e orientações. Pela sensibilidade em proteger meu “início de carreira”, minha integridade e meu nome como até hoje o estavam fazendo.

Não estou escrevendo essas coisas para rasgar seda e sim para colocar os pontos nos “is”. Não tive a oportunidade de falar com todos os meus colegas sobre isso, então espero que estas palavras cheguem a todos e esclareçam de fato o que aconteceu.

Com a perda de 3 âncoras e sem uma palavra oficial, os funcionários da CBN entraram em greve. O holofote estava apontado para a rádio, notícias em vários jornais, até de circulação nacional. A bomba explodiu. Veio a nota pública da direção, mas ainda choveram informações desencontradas.

Espero que esse texto também venha reparar a culpa que sinto por ter abalado todos os funcionários, sem exceção. Sei, e muitos já me falaram e deixam todos os dias claro que a culpa não é minha. Mas apesar de desejar, eu não consigo aquietar meus pensamentos com isso. Eu sei que esta história não só tirou o trabalho de 3 pessoas e prejudicou suas famílias, como eu sei também que os outros que ficaram foram igualmente prejudicados com a alta carga de trabalho, responsabilidade e estresse. Em poucas horas repórteres tiveram que assumir a produção, apresentação, chefia e se desdobrar em vários turnos. E o pior, ter de lidar com a sempre ferrenha crítica dos ouvintes.

Não dá para culpá-los. O ouvinte tão acostumado as vozes familiares, da noite para o dia foi privado da rotina de escutar o programa. E com isso também espero me desculpar com todos os 13 ouvintes que só eu atendi e não pude dizer isto, aos incontáveis que mandaram email, manifestaram-se pelo Twitter ou pelo Facebook da empresa. Eu sei que nenhum de vocês precisa pagar por esta história, mas “todos estamos trabalhando em triplo pra garantir a qualidade na programação”. Não é só demagogia.

Na segunda não fui trabalhar. Mas terça tomei coragem, lavei o rosto e encarei meus colegas. Não porque eu sentisse que estava devendo alguma coisa para a empresa e sim porque eu estava devendo alguma coisa para os meus colegas que estavam tocando o jornal, acreditem, em 4 pessoas! Uma produtora, um apresentador, uma repórter e um operador de som. Duas horas e trinta minutos de programa.

Fui e continuo indo trabalhar por esta razão. Sinto que o mínimo que eu posso fazer é dividir a carga comigo também e ajudar as pessoas que não podem largar os trabalhos ou que não estavam diretamente envolvidas no conflito, mas que estão pagando o alto preço.

E, por fim, é hora de tornar público porque é uma tentativa de me sentir menos humilhada e envergonhada. Está na hora de encarar as coisas de frente e assumir de uma vez por todas que sim isto aconteceu comigo. Aconteceu com várias mulheres e passar adiante a lição de que assédio sexual não é sobre sexo. É sobre poder.

Ainda temo pelas consequências desse episódio. Tenho medo do que isto pode significar para a minha carreira. Tenho medo de que me associem a isto por muito tempo não importando o quanto eu me esforce para fazer com que os méritos sejam maiores do que a polêmica. Tenho medo de que isto cause mais ira nas pessoas “poderosas” atingidas e de que isto me prejudique de alguma forma física, jurídica ou profissional. Tenho medo de como meus amigos e familiares vão reagir.

Mas eu tenho o dever de escrever isso não porque quero ser uma “bandeira do feminismo”, mas porque não quero que esta história vire algo do tipo: “isto foi um complô contra mim, ninguém prestou queixa, não há provas”. Por respeito a todos os meus companheiros de profissão, da rádio e também os que eu nem conheço. Por respeito, julgo ético não me calar agora. Estou ouvindo muitos murmúrios, ‘disse que não me disse’. E sei que eu sou a única pessoa que pode relatar o que aconteceu verdadeiramente, por que só eu tenho o direito de me expor desta forma, aguentando as consequências desta exposição.

Estagiária da CBN relata assédio sexual contra Airton Cordeiro
Airton Cordeiro

Chega de boatos, piadas de mau gosto e colunistas defendendo o Sr. Honra e Moral. Honra, moral, ética e profissionalismo são o que fazemos no nosso dia a dia. Se hoje eu não durmo bem é por culpa do sofrimento que isto causou a todos. Mas e o Sr. dorme bem? Põe a cabeça no travesseiro tranquilo? Você olha para a sua esposa, 50 anos casado e não sente nenhuma ponta de remorso? Ou no fundo você acha que essa canalhice é “um sorriso”? O que você VERDADEIRAMENTE fez é repulsivo e caso de polícia. Sinto nojo por mim e mais nojo ainda pelas coisas que você fez com mulheres que não podem e não querem falar, porque tem medo que isto prejudique profundamente suas vidas, mais do que você já prejudicou.
Poderia te desejar um processo bem dado, polícia, inquérito e tudo mais. Mas o que eu posso desejar que fosse pior do que você deve estar vivendo? Pode ter a certeza de que apesar de achar que a justiça não será feita por vias legais eu acredito que de alguma forma você vai pagar por essa canalhice. Pode ser no âmbito criminal, trabalhista, sindical, ou seja lá o que for. Eu não tenho a defesa de grandes escritórios de advocacia, não sou ex-deputada federal, mas a verdade e a vergonha na cara já me bastam.

Se você dorme bem e com a consciência tranquila, muito bom para você. Mas não existe nada pior para um jornalista do que ter a credibilidade suja, a honra julgada e a moral extirpada. E aqui vou parafrasear o Álvaro. “Biografia, a gente só tem uma…” O que vão escrever na sua?”

Diretório divulga nome das selecionadas para curso de extensão Gênero e Violência

Genero_Violencia_BannerEstudantes e trabalhadoras da UFPR selecionadas para participarem do curso:

Amanda Moraes e Bueno
Amanda Naomi Boçon
Amanda Tintori
Ana Caroline Dias
Ana Clara Ferruda Zilli
Ana Márcia de Oliveira Febraio
Ana Paula Dias Torres Ocampos
Andréa Cristina Motta de Macedo
Andréia Reich
Anna Carla Souza Siqueira
Antonella Arcoverde Gobbo
Araci Asinelli da Luz
Bianca de Angelis da Silva
Bruna Elisa Maestrelli Mendes
Camila de Souza Faria
Carolina Tokars Wernick
Clara Cuevas
Daiane Cristina Werf Weiss
Danielle Garcia Alvernaz
Danielle Regina Wobeto de Araujo
Debora Carla Pradella
Dianasi da Silva Lima
Dirceia Romero Calixto
Eliane Schroeder Coelho
Emanuella Ribeiro Bath
Fernanda F. Paes
Fernanda Percegona
Flávia Werner Scholz
Iara Mendes Florentino
Iuska Volski Mota
Izabel Cunha
Jaqueline Budny
Josiane dos Santos de Lima
Juliana de Oliveira Horst
Juliana dos Santos
Juliana Semkiw
Juliana Stringari Lemos de Andrade
Katya Stelmack Valesko
Lais Ribeiro Marcelino
Letícia Tomio Conte
Lilian Cristina dos Santos
Lívea Castro Calvo
Luana Renata de Oliveira Silva
Margoth Mandes da Cruz
Maria Eduarda Kormann
Mariana de Paula dos Santos
Mariana Purcote Fontoura
Mariana Silvino Paris
Mariana Veríssimo da Silva
Martiane Ferreira de Melo
Melissa Rodrigues Crepaldi
Meri do Rocio Ribeiro Wowk
Mirna Carriel Cleto
Natália (SIBI)
Natalia dos Passos
Nicolle Taner de Lima
Nycole de Souza Mattoso
Paloma Giovanna Berton
Patricia El Horr de Moraes
Patricia Pamela Carvalho
Paula Gomes de Sá
Priscilla Sisto Dalmarco
Quetlen Verônica da Silva Capistrano
Raquel de Oliveira Rêgo Freire
Renata Bellé de Moura
Renata Jurkevicz Sembay
Romilda Ap. da Silva
Sandra Parra Arrieta
Sara Passos
Sergiane Maria Jaensch
Sheila Cristine Gomes
Silvana de Oliveira Borges
Simone Planca Weigert
Soraya Alviano Pialarissi Barbosa
Stefanie Koch da Rocha
Stephani Paez Galvani
Suyane de Souza Oliveira Terezio
Suzan Cristina dos Anjos
Tabata Larissa Soldan
Talita Luana Corbari
Tereza Pereira dos Santos
Terezinha Mafioletti
Thaís Macedo
Tieme Carvalho Nishiyama
Valéria dos Santos de Oliveira
Vanessa Fogaça Prateano
Vanessa Tauscheck
Yasmin Lice Corrêa Feliciano

Atenção: Cancelamento da aula inaugural no dia 24/08 e seleção de participantes. No entanto, todas estão convidadas a participar das atividades do Dia de Mobilização Pelos Direitos da Mulher (http://www.direitosdamulher.ufpr.br/), que acontecerá neste sábado (24).

O curso acontecerá quinzenalmente aos sábados, das 14h às 17h, com início em 31 de agosto e término em 23 de novembro de 2013.

Inscrições:
Abertas até o dia 23 de agosto e devem ser feitas neste link: http://www.proec.ufpr.br/links/extensao/cursos.html

Objetivo geral:
Divulgar, sensibilizar e educar para a consciência de gênero e as diversas formas de violência e opressão contra a mulher.

Público-alvo:
Estudantes, professoras, servidoras/técnicas e terceirizadas da Universidade Federal do Paraná.

Observação: o preenchimento de vagas será priorizado para alunas, servidoras e terceirizadas da UFPR. Vagas remanescentes poderão ser ocupadas por estudantes e trabalhadoras de fora.

Critérios de participação:
– Identidade de gênero: mulher cis ou trans*
– Ser estudantes, professoras, servidoras/técnicas e terceirizadas da Universidade Federal do Paraná
– Diversidade de participação por setores;
– Ordem de inscrição.

Freqüência para certificação: 75%.

Metodologia:
Encontros quinzenais com metodologia dialógica e em alguns momentos com vivências e dinâmicas de grupo. Em cada dia serão ministrados dois módulos.

Programa:

Dia 31 de agosto
Módulo 1 – Sociedade e Gênero
Ministrante: Danielle Willemann Sutil de Oliveira (DCE-UFPR)
Módulo 2 – História e Gênero
Ministrante:: Máira De Souza Nunes (Centro Universitário Internacional Uninter)

Dia 14 de setembro
Módulo 3 – Violência, Trabalho e Mulher
Módulo 4 – Violência, Educação e Mulher
Ministrante: Maria Rita de Assis César (Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR); Lauren Machado Pinto, Lays Gonçalves da Silva e Danielle Willemann Sutil de Oliveira (DCE-UFPR)

Dia 28 de setembro
Módulo 5 – Violência e Mídia
Ministrante: Nicole Kollross
Módulo 6- Corpo, Subjetividade e Violência
Ministrante: Cristiane Wosniak (Téssera Companhia de Dança da UFPR)

Dia 05 de outubro
Módulo 7- Cultura da Violência
Ministrante: Marlene Tamanini (Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR)
Módulo 8 – Violência contra Mulher
Ministrante: Lays Gonçalves da Silva (Marcha Mundial de Mulheres)

Dia 19 de outubro
Módulo 9 – Quem são as mulheres que sofrem violência?
Ministrante: Thayz Athayde (Marchas das Vadias Curitiba/Labin)
Módulo 10 – Estado, Políticas Públicas e Enfretamento a Violência
Ministrante: Leandro Franklin Gorsdorf (Núcleo de Prática Juridica – UFPR) e Priscilla Placha Sá (Departamento de Penal e Processo Penal – UFPR)

Dia 26 de outubro
Módulo 11 – Lei Maria da Penha
Ministrante: Xênia Mello (Marcha das Vadias de Curitiba/UTFPR)

Dia 09 de novembro
Módulo 12 – Violência e violências
Meiadora: Maria Rita de Assis César (Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR)
Módulo 13 – Impacto da Violência no Cotidiano da Familia
Ministante: Christiane Siegmann (Departamento de Terapia Ocupacional – UFPR)

Dia 23 de Novembro
Módulo 14 – Mexeu com uma mexeu com todas! – o que fazer?

Realização:
Programa de Pró-reitoria e Extensão – UFPR

Organização:
DCE – UFPR
Marcha das Vadias Curitiba
Projeto Identidade e Gênero – Núcleo de Práticas Jurídicas
LABIN-CGS – Laboratório de Investigações Corpo, Gênero e Subjetividade em Educação
Departamento de Terapia Ocupacional

Relato da Assembleia Geral de Estudantes da UFPR – 09/07

A 1ª Assembleia Geral de Estudantes da UFPR de 2013, ocorrida no dia 09/07, no campus Reitoria, contou com a presença de cerca de 200 estudantes e deliberou os seguintes itens:

  • Repúdio às catracas nos prédios D. Pedro I e D. Pedro II do campus Reitoria;
  • Apoio aos estudantes da geografia em relação ao caso de assédio moral em sala de aula;
  • Criação de um núcleo de mobilização da UFPR, que também componha a Frente de Luta pelo Transporte;
  • Construir e participar das mobilizações e paralisações do dia 11/07;
  • Fortalecer o acampamento agendado para o dia 11/07;
  • Apoio à frente de luta de transporte.

Para ler o relato integral, clique aqui.

Nota de apoio às e aos estudantes de Geografia da UFPR


assédio moral
Após comentários preconceituosos, que criminalizam a pobreza, feitos por um professor do curso de Geografia em sala de aula, estudantes do curso se mobilizaram e fizeram reclamações formais à coordenação do curso e demais instâncias da UFPR. (Leia a nota na íntegra)

  • “Segunda feira dia 24 de junho de 2013, durante a aula de Introdução à Cartografia, o professor Dr. Arnaldo Ricobom fez a seguinte piada, ao se referir a GPSs não militares: “Estes GPSs de carro só servem para te levar à favela para você ser metralhado”, dando a entender que estar na favela causa, automaticamente, ser metralhado.”

Após as reclamações da “péssima piada”, de muito mal gosto e completamente desnecessária, estudantes passaram a ser perseguidos politicamente, alguns, inclusive, sendo constrangidos em sala de aula pelo próprio professor.

  • “Segunda Feira 01 de julho de 2013, o professor Dr. Arnaldo Ricobom, ao descobrir quem havia enviado o e-mail à coordenação, diz: “Então você é um imbecil idiota.”. O aluno tenta argumentar com o professor, porém este logo diz para ele: “Você cala a boca”. “Eu não tenho preconceito com essa população, eu tenho preconceito com atitudes imbecis de determinados alunos”. Segundo ele, “aqui na minha aula não se debate ideias. Se debate ideias nas Ciências Sociais, na Geografia Humana. Na Cartografia não se debate ideias”.”

A atitude do professor demonstra seu total despreparo para lidar com debates e questionamentos em sala de aula, típicos da classe estudantil, questionadora por natureza. Aparentemente, a perseguição às e aos estudantes não está se dando somente por parte do professor citado, e o DCE UFPR está atendo às reivindicações destes estudantes.

O DCE UFPR acredita em uma Universidade que seja plural e democrática. Democrática desde o acesso, passando pelos debates e livre exposição de ideias, até a permanência. Repudiamos a atitude e os comentários do professor, apoiando @s estudantes de Geografia e recomendando que demais casos de assédio moral sofridos em sala de aula sejam encaminhados aos Centros e Diretórios Acadêmicos, para que sejam dados os devidos encaminhamentos, e que @s estudantes combatam diretamente e diariamente estas situações. É preciso combater os “feudos” existentes na UFPR, que cerceiam a participação estudantil e restringem a democracia dentro da Universidade.

Não ao assédio moral!
Não à criminalização da pobreza!

DCE UFPR 2013
Quem vem com tudo não cansa!