Paridade Qualificada

A reitoria da UFPR é eleita através de uma consulta à comunidade acadêmica, organizada pelas três entidades representativas (APUFPr, Sinditest-PR e DCE) com a participação de discentes, docentes e técnicos. O modelo atual desta consulta, baseado no tamanho de cada categoria, prejudica muito o poder de decisão dos estudantes, que somam hoje algo em torno de 30.000. Já o voto de um professor ou de um técnico tem peso muito elevado se comparado ao voto de um discente, uma vez que estas categorias tem um quadro total muito menor. Na prática, em eleições recentes vimos que o voto de 1 professor equivale ao de 10 estudantes. O resultado disso é que muitos estudantes acabam deixando de votar pelo fato de sua escolha ter pouca influência na decisão da consulta, reduzindo ainda mais o valor de nosso voto. Outra consequência é que as candidaturas acabam direcionando suas propostas aos servidores (tecnico-administrativos e docentes), pois na prática são quem decidem a eleição.

Há assim uma inversão de prioridades e uma falsa aparência de democracia. Os estudantes são para a Universidade seu público-alvo. Àqueles a quem se direcionam as ações de Ensino, Pesquisa e Extensão. Além disto, os estudantes também são sujeitos da própria ação e multiplicadores dos valores da Universidade para a comunidade externa. Ou seja, o corpo discente é como a população de uma cidade. Ora, se somos nós os diretamente afetados pela política implementada na UFPR, por que valemos menos na hora de escolher quem irá nos governar?

Para reverter este quadro e fazer com que o universitário tenha real participação na escolha do seu representante máximo, é necessária uma mudança de modelo. A Paridade Qualificada garante efetivamente peso de 1/3 para cada categoria na consulta, pois é calculada sobre o total de votantes de cada seguimento. Por exemplo, se 10.000 estudantes votarem, o 1/3 discente será calculado sobre os 10.000 que efetivamente votaram, e não sobre 30.000, como é calculado no modelo atual. Neste exemplo, isso significa que nosso voto valeria 3 vezes mais do que vale hoje.

A atual Comissão Paritária de Consulta, que organiza o processo de “eleição” para Reitoria, defende a Paridade Qualificada, estabelecendo como critério um quórum mínimo de 25% de participação discente. Isso garantirá uma maior atenção dos candidatos em relação a nós, estudantes, resultando em um maior número de propostas e uma gestão mais preocupada em resolver os sérios problemas que enfrentamos. Nossa opinião será ouvida e respeitada!

A Paridade Qualificada não deve servir apenas para a eleição de Reitor, o modelo também deve ser seguido nos processos de escolha dos diretores de setor, chefes de departamento e coordenadores de curso, seguindo a resolução 08/87 do Conselho Universitário. O caminho democrático é o primeiro passo para que possamos constituir uma nova ordem nessa Universidade, e através da Paridade Qualificada nós conseguiremos isso. Chegou a hora de pressionarmos o Conselho Universitário e conquistamos esse direito. Venha junto consco lutar por isso! Mobilize-se!

03/05, quinta-feira

a partir das 08h

concentração no Pátio da Reitoria!