NOTA SOBRE A OCUPAÇÃO DA REITORIA

Nota sobre a ocupação da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, ocorrida no dia 03/07/12.

Com a participação de cerca de 150 estudantes, a última Assembleia Geral de Estudantes da UFPR, realizada no dia 03/07, referendou a ocupação do prédio da reitoria como forma de pressão à gestão administrativa da UFPR que vem negociando com estudantes.

A gestão Nós Vamos Invadir Sua Praia do DCE-UFPR vê as ocupações de reitoria como uma ferramenta válida e legítima na luta do movimento estudantil. Conhecemos os diversos contextos históricos em que essas ocupações ocorreram e estamos cientes das conquistas alcançadas por elas. Porém, interpretamos a ocupação ocorrida no dia 03/07 como um ato antidemocrático e precipitado que não está no horizonte da concepção de movimento estudantil desta gestão, pois mais uma vez temos constatado o corporativismo de um grupo que se quer único representante do Movimento Estudantil, mas que abandona as categorias docentes e de servidores tecnicos ao conquistar suas pautas, conforme observamos na greve ocorrida em 2011. Fica evidente que o grupo da ocupação recusou-se a colaborar na elaboração e negociação conjunta de todas as pautas internas da UFPR. A gestão do DCE acredita que na luta pela educação as reivindicações devem ser conquistadas pela união de todos os segmentos.

Entendemos a ocupação que ocorreu na última terça-feira como um ato tendencioso e antidemocrático. A decisão de ocupar a Reitoria foi tomada às pressas, sem uma consulta efetiva aos estudantes. Um fato que nos deixa descontentes é o impedimento da liberdade de expressão que vem ocorrendo sistematicamente nas assembleias estudantis, como relatamos em nota anterior (Carta Aberta). Também há falta de transparência nos atos dos membros da ocupação, como por exemplo o encobrimento das janelas do prédio da administração e cerceamento ao acesso até mesmo para estudantes. Outro fato que nos faz enxergar a situação com desconfiança foi a transferência da assembleia do dia 03/07, que seria realizada no Restaurante Universitário Central, para o saguão do prédio da administração central, de forma a coibir a participação dos estudantes que se posicionariam contrários à decisão tomada. Além disso, o grupo majoritário dentro do Comando de Greve dos Estudantes tem agido e tomado decisões de maneira opressora, sem considerar a opinião dos representantes do DCE ou qualquer outra.

Posto que a gestão administrativa da universidade não havia se recusado a negociar antes desta ocupação, compreendemos que os estudantes que impulsionaram este ato o fizeram com intuito de reforçar a banalização do instrumento de ocupação dos espaços públicos, levando o movimento estudantil a um afastamento da sociedade e acabando por desmobilizar os próprios estudantes. O DCE-UFPR nunca se ausentou do processo de greve. Teve, pelo contrário, participação ativa no processo de greve, ainda que não tenha tido sua opinião – divergente ou não – devidamente levada em consideração. Nossa posição, desde o início da gestão, é não concordar com ações precipitadas como a que ocorreu. Esta ocupação, para nós, exalta o individualismo, o corporativismo e a desmobilização da maioria dos estudantes para a luta. Um DCE que luta por seus estudantes defende a liberdade de expressão destes, reconhecendo a ocupação como expressão, comprometendo-se a defendê-los perante os órgãos administrativos da universidade, em especial na defesa de uma desocupação pacífica, organizada e sem uso de força ou violência, mantendo a integridade física dos envolvidos. Deixamos claro, todavia, que não podemos, enquanto gestão, concordar com os motivos para que este instrumento tenha sido colocado em prática sem ampla discussão.

Quem luta unido, negocia junto e sai da greve junto!

DCE – UFPR – 2011/2012

Gestão Nós Vamos Invadir Sua Praia

CARTA ABERTA

Resposta ao pedido de retratação

Pedido de retratação – 27/06
Carta lida em – 03/07

Durante o período de campanha para as eleições de 2011/2012 do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Paraná (DCE-UFPR), a Chapa Nós Vamos Invadir sua Praia, eleita na maior eleição da história do DCE desta Universidade, com mais de 4 mil dos aproximadamente 6 mil votos, tinha em sua carta de propostas a aproximação com a UNE (União Nacional dos Estudantes) e com a UPE (União Paranaense dos Estudantes). Dando seguimento ao compromisso de campanha, desde que tomamos posse temos buscado essa aproximação, e a participação tanto no Conselho de Entidades Gerais (CONEG) da UNE quanto no ato realizado no dia 26 de Junho em Brasília são exemplos disso.

O ato em defesa da educação, do qual nos orgulhamos de ter participado, foi organizado pela UNE e contou com a presença da FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) e do ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), além de outros sindicatos e forças. A ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre) também foi convidada. Os nossos representantes do comando nacional de greve estudantil, que estavam em Brasília no momento, por opinião pessoal se recusaram a participar tanto do ato quanto da votação na câmara federal, onde foi aprovado, por unanimidade, o projeto que prevê os 10% do PIB para a educação.

Durante o ato recebemos a informação de que o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, receberia em uma reunião tanto a UNE quanto os representantes dos DCEs das universidades presentes. Nesta conversa, não caracterizada como negociação, mas sim como um primeiro contato, nos foi repassado que o comando de greve nacional não será reconhecido pelo governo federal, uma vez que a UNE é a entidade que representa @s estudantes a nível nacional. Relembramos aqui que o DCE-UFPR é a única entidade que representa @s mais de 35 mil estudantes da UFPR.

Recebemos a notícia de que na última assembleia geral d@s estudantes, na qual infelizmente não pudemos dar um relato do que havia se passado em Brasília, pois nossos representantes que lá compareceram estavam retornando para Curitiba, estava sendo deliberado um pedido de retratação a ser encaminhado ao DCE. O DCE-UFPR mostra reconhecimento ao comando local de greve estudantil, e exemplo disso é não termos negado nada que estivesse ao alcance da entidade, buscando a partir dessas ações a unidade.

É triste ver um movimento estudantil sectário que se recusa a lutar unido por uma causa, devido a interesses individuais (ou de seus coletivos), que nem sempre são de interesse d@s estudantes. São, ao mesmo tempo, deprimentes e repugnantes as ações tomadas pelos coletivos Outros Outubros VirãoQuebrando Muros, que se dizem democráticos, mas não respeitam a liberdade de expressão daqueles que não concordam com o que lhes é interessante. Exemplo disto são as inúmeras vaias que estudantes recebem em assembleia geral. Pregam contra a representatividade, apesar de a disputarem, e fazem da greve estudantil um grande palanque para propagandeação de seus coletivos, dificultando a unidade e demonstrando que sua luta não é pela educação, mas sim pela autoconstrução.

Garantimos que nunca fomos procurados por estes coletivos no intuito de criar uma unidade construtiva. Seu individualismo e egoísmo no movimento estudantil são expressos por tabloides como o ”O AURORA”, que, como todo tabloide, distorce as informações para benefício próprio. Nós estamos e sempre estaremos abertos ao diálogo e em busca da unidade, porque só assim é possível a construção de uma universidade pública, gratuita, de qualidade, universal e emancipatória.

Como estudante, é frustrante ver que a luta pelas pautas estudantis na UFPR não tem sido aberta, pois posicionamentos divergentes são tidos como destrutivos e são, na grande maioria das vezes, repudiados, distorcidos e descartados. Visto a confiança depositada pelos mais de 4 mil estudantes que elegeram a diretoria da entidade, o DCE diz:

  • NÃO pedimos desculpas por seguir nossos compromissos de campanha.
  • NÃO pedimos desculpas por lutar pelos estudantes da UFPR.
  • NÃO pedimos desculpas por lutar pela educação.

DCE – UFPR – 2011/2012
Gestão Nós Vamos Invadir Sua Praia

10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO!

Nos últimos meses temos tido uma grande mobilização nas universidades federais, que levou à greve de docentes, técnicos-administrativos e, sim, dos estudantes.

Hoje, terça-feira 26 de junho, às 9h foi realizada a Marcha dos Estudantes em Brasília (ato convocado pela UNE – União Nacional dos Estudantes) reuniu representantes de 44 DCE’s (Diretórios Centrais dos Estudantes) e o DCE da UFPR estava presente. Não só com representantes, também alguns estudantes da UFPR tiveram a oportunidade de ir até Brasília e participaram da passeata. A concentração foi em frente da Biblioteca Nacional, seguindo o protesto até o MEC – Ministério da Educação – onde os estudantes foram recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante.

Entre as reivindicações estavam a melhoria nas estruturas físicas da universidades, RU’s, bolsas, creches, ampliação da assistência estudantil e outras medidas que não só deem acesso ao estudante nas IFES, que garantem sua permanência dos alunos e uma educação de qualidade.

Mas, como já foi dito, este movimento não é só de estudantes! Claro que não! É GREVE E MOBILIZAÇÕES NA EDUCAÇÃO! No ato estiverem presentes a Andes (Associação Nacional dos Docentes no Ensino Superior), Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Cnte (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Campanha Nacional Pelo Direito a Educação e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Sim, os movimentos se uniram a favor da educação (como vem sendo trabalhado nos últimos meses) e conseguiram, hoje, uma pauta histórica.

Após a manifestação, estudantes seguiram até a Câmara e pressionaram os parlamentares durante a votação do PNE – Plano Nacional de Educação – defendendo o 10% do PIB brasileiro para serem investidos diretamente no setor da educação. A proposta inicial do governo era 7%, com a pressão do Movimento Estudantil (ME) e de movimentos sociais essa taxa aumentou para 8%, mas depois de bastante articulação e discussão (e com todo o suporte deste grande movimento nacional pela educação) foi aprovado o 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO!

A meta é que até 2020, fim do novo PNE, o Brasil atinja no mínimo 10% do PIB investido na educação. Nos próximos 5 anos essa taxa tem que estar em 7% (atualmente é de 5,1%). O PNE determina 20 metas que o país devera alcançar em educação no período 2011-2020. Entre elas, estão ampliação de vagas, melhora na remuneração do professor, erradicação do analfabetismo e melhora na oferta de ensino integral.

Hoje foi um grande conquista de todo esta mobilização nacional, das mais de 50 IFES em greve docente, mais de 40 com greve dos técnicos-administrativos e cerca de 40 com greve dos discentes. Mas a questão não para por aí! Foi um grande avanço, mas é só o começo! Foi o 10% do PIB para educação, agora precisa-se continuar lutando, reivindicando e cobrando, o ME precisa continuar sendo protagonista! Ainda há bastante que melhorar e continuar trabalhando, sem falar que os docentes e técnicos-administrativos ainda não foram atendidos (assim como questões dos discentes). Quer-se reestruturação nas carreiras deles, salários mais dignos, valorização das carreiras, entre outras reivindicações que afetam diretamente a qualidade de ensino no país.

O 10% do PIB é uma grande conquista! Mas não pode-se conformar com o acontecido hoje, temos que continuar indo pra rua, reivindicando, cobrando e fortalecendo o ME a nível nacional e local!

DCE UFPR – 2011/2012
Gestão Nós Vamos Invadir Sua Praia 

UNE CONVOCA: Ato Brasília – 26/06

A União Nacional dos Estudantes – UNE – convocou tod@s @s estudantes pra #MARCHADOSESTUDANTES EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E AS FEDERAIS

De Curitiba estará saindo um ônibus às 8:30 da segunda 25/06, CAMPUS AGRÁRIAS!

Volta prevista para o dia 27/06 às 20:00!

Interessados em participar, favor entrar em contato com:

Cabelo – (41) 9823-7617
Pinda – (41) 9129-4253
Arthur – (41) 9652-0237

VAMOS TOD@S PARA BRASILIA, VAMOS MARCHAR!

UNIVERSIDADES FEDERAIS EM LUTA!