Nos últimos meses temos tido uma grande mobilização nas universidades federais, que levou à greve de docentes, técnicos-administrativos e, sim, dos estudantes.

Hoje, terça-feira 26 de junho, às 9h foi realizada a Marcha dos Estudantes em Brasília (ato convocado pela UNE – União Nacional dos Estudantes) reuniu representantes de 44 DCE’s (Diretórios Centrais dos Estudantes) e o DCE da UFPR estava presente. Não só com representantes, também alguns estudantes da UFPR tiveram a oportunidade de ir até Brasília e participaram da passeata. A concentração foi em frente da Biblioteca Nacional, seguindo o protesto até o MEC – Ministério da Educação – onde os estudantes foram recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante.

Entre as reivindicações estavam a melhoria nas estruturas físicas da universidades, RU’s, bolsas, creches, ampliação da assistência estudantil e outras medidas que não só deem acesso ao estudante nas IFES, que garantem sua permanência dos alunos e uma educação de qualidade.

Mas, como já foi dito, este movimento não é só de estudantes! Claro que não! É GREVE E MOBILIZAÇÕES NA EDUCAÇÃO! No ato estiverem presentes a Andes (Associação Nacional dos Docentes no Ensino Superior), Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Cnte (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Campanha Nacional Pelo Direito a Educação e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Sim, os movimentos se uniram a favor da educação (como vem sendo trabalhado nos últimos meses) e conseguiram, hoje, uma pauta histórica.

Após a manifestação, estudantes seguiram até a Câmara e pressionaram os parlamentares durante a votação do PNE – Plano Nacional de Educação – defendendo o 10% do PIB brasileiro para serem investidos diretamente no setor da educação. A proposta inicial do governo era 7%, com a pressão do Movimento Estudantil (ME) e de movimentos sociais essa taxa aumentou para 8%, mas depois de bastante articulação e discussão (e com todo o suporte deste grande movimento nacional pela educação) foi aprovado o 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO!

A meta é que até 2020, fim do novo PNE, o Brasil atinja no mínimo 10% do PIB investido na educação. Nos próximos 5 anos essa taxa tem que estar em 7% (atualmente é de 5,1%). O PNE determina 20 metas que o país devera alcançar em educação no período 2011-2020. Entre elas, estão ampliação de vagas, melhora na remuneração do professor, erradicação do analfabetismo e melhora na oferta de ensino integral.

Hoje foi um grande conquista de todo esta mobilização nacional, das mais de 50 IFES em greve docente, mais de 40 com greve dos técnicos-administrativos e cerca de 40 com greve dos discentes. Mas a questão não para por aí! Foi um grande avanço, mas é só o começo! Foi o 10% do PIB para educação, agora precisa-se continuar lutando, reivindicando e cobrando, o ME precisa continuar sendo protagonista! Ainda há bastante que melhorar e continuar trabalhando, sem falar que os docentes e técnicos-administrativos ainda não foram atendidos (assim como questões dos discentes). Quer-se reestruturação nas carreiras deles, salários mais dignos, valorização das carreiras, entre outras reivindicações que afetam diretamente a qualidade de ensino no país.

O 10% do PIB é uma grande conquista! Mas não pode-se conformar com o acontecido hoje, temos que continuar indo pra rua, reivindicando, cobrando e fortalecendo o ME a nível nacional e local!

DCE UFPR – 2011/2012
Gestão Nós Vamos Invadir Sua Praia